O presidente do Corinthians, Augusto Melo, anunciou em coletiva de imprensa que sua permanência no cargo está chegando ao fim. Em meio a uma crise institucional e à proximidade da votação do impeachment, o dirigente admitiu a iminente derrota, porém enfatizou que sairá do clube de forma digna.
Augusto Melo afirmou: "A partida pode não ter acabado, mas estou saindo de cabeça erguida. Durante minha gestão, mantive os salários em dia por sete meses e trabalhei em um plano de um ano que tinha grandes chances de sucesso. Deixo o Corinthians com um contrato em andamento com a empresa Multipark, o qual transformaria o clube em sócio. Também deixo pronto o contrato para a construção do nosso centro de treinamento e alojamento da base".
Com a saída de Augusto Melo, o 1º vice-presidente do clube, Osmar Stábile, deve assumir interinamente a presidência do Corinthians até a realização da assembleia geral dos associados, convocada por Romeu Tuma Jr., presidente do Conselho Deliberativo.
A gestão de Melo foi fortemente abalada pelas investigações em torno do controverso contrato de patrocínio com a empresa de apostas VaideBet, que foi anunciado como o maior acordo de patrocínio máster do futebol brasileiro. No entanto, o contrato foi rescindido devido a sérias suspeitas de lavagem de dinheiro, associação criminosa e conexões com o crime organizado.
A crise teve início após descobrir-se que a Rede Social Media Design LTDA, responsável pela negociação entre VaideBet e Corinthians, havia repassado parte da comissão para outra empresa: a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA. A sócia da Neoway, Edna Oliveira dos Santos, afirmou desconhecer qualquer envolvimento no caso quando questionada.
As investigações estão em andamento sob a supervisão do delegado Tiago Fernando Correia, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), com apoio do promotor de Justiça Juliano Carvalho Atoji, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO). As investigações incluíram a quebra de sigilo bancário, revelando movimentações suspeitas de aproximadamente R$ 1,4 milhão nas contas relacionadas aos pagamentos de comissões.